A saúde do rebanho leiteiro é fundamental para manter uma produção eficiente e de qualidade. Doenças em gado leiteiro não só comprometem a produtividade como também acarretam prejuízos econômicos devido ao aumento dos custos com medicamentos, tratamento e perdas de produção. Neste artigo, exploramos as doenças mais comuns que afetam o gado leiteiro e os principais métodos de tratamento e prevenção, ajudando os produtores a manter a saúde do rebanho e a qualidade do leite.
1. Mastite
A mastite é uma inflamação das glândulas mamárias, geralmente causada por infecções bacterianas como Staphylococcus aureus, Streptococcus e Escherichia coli. Ela é uma das doenças mais frequentes em gado leiteiro e afeta diretamente a produção e a qualidade do leite, podendo ser classificada como clínica (com sintomas visíveis) ou subclínica (sem sintomas aparentes).
- Sintomas: Inchaço, vermelhidão, aumento de temperatura na glândula mamária, dor e alterações na aparência do leite, como presença de grumos.
- Tratamento: Antibióticos são o principal tratamento para mastite, devendo ser administrados sob orientação veterinária. Em casos graves, é necessário o descarte do leite durante o tratamento.
- Prevenção: Manter a ordenha higiênica, utilizar pré e pós-dipping (imersão do teto em desinfetantes) e aplicar o manejo adequado são medidas essenciais para prevenir a mastite. Vacinas contra alguns tipos de bactéria também estão disponíveis.
2. Febre do Leite (Hipocalcemia)
A febre do leite, ou hipocalcemia, ocorre devido à baixa concentração de cálcio no sangue, geralmente logo após o parto, quando há uma demanda maior de cálcio para a produção de leite. Esse desequilíbrio metabólico afeta a musculatura e os nervos, colocando em risco a saúde da vaca.
- Sintomas: A vaca apresenta fraqueza, tremores musculares, dificuldade para levantar-se e, em casos graves, pode entrar em coma e morrer.
- Tratamento: O tratamento imediato é a administração intravenosa de cálcio sob supervisão veterinária. A suplementação de cálcio via oral pode ser feita em casos mais leves.
- Prevenção: Dietas com baixo teor de cálcio no pré-parto ajudam a estimular a mobilização de cálcio do organismo. Suplementação com sais aniônicos antes do parto também é uma prática comum para evitar a hipocalcemia.
3. Cetose
A cetose é uma doença metabólica que ocorre quando a vaca usa gordura corporal como principal fonte de energia devido à baixa ingestão de carboidratos. Ela é mais frequente no início da lactação, quando as vacas têm um balanço energético negativo.
- Sintomas: Diminuição do apetite, perda de peso, redução na produção de leite e, em casos graves, sintomas neurológicos.
- Tratamento: A administração de glicose intravenosa ajuda a restaurar o balanço energético, e o uso de propilenoglicol pode ser indicado para estimular a produção de glicose.
- Prevenção: Fornecer uma dieta energética equilibrada e monitorar a condição corporal das vacas são essenciais para prevenir a cetose. O uso de suplementos energéticos no período de transição é uma prática eficaz.
4. Clostridiose
A clostridiose é causada por bactérias do gênero Clostridium, que afetam o sistema digestivo e, em alguns casos, causam quadros graves de toxemia. Essa doença pode ocorrer devido ao consumo de alimentos contaminados ou devido a desequilíbrios no trato digestivo.
- Sintomas: Diarreia, desidratação, perda de apetite e, em casos graves, morte súbita.
- Tratamento: O tratamento inclui o uso de antibióticos e terapia de suporte com fluidos para combater a desidratação. O acompanhamento veterinário é essencial para o tratamento eficaz.
- Prevenção: A vacinação regular contra Clostridium é a melhor medida preventiva. A manutenção de uma alimentação de qualidade e o manejo adequado dos alimentos também ajudam a prevenir a contaminação.
5. Parasitas Internos e Externos
Parasitas como carrapatos, vermes gastrointestinais e moscas são problemas comuns que afetam a saúde e a produtividade do rebanho. Além de causar desconforto, esses parasitas podem transmitir doenças, comprometer a ingestão de nutrientes e reduzir a produção de leite.
- Sintomas: Coceira, queda de pelo, anemia, perda de peso e queda na produção de leite.
- Tratamento: O uso de antiparasitários é indicado para controlar infestações, sendo importante seguir as recomendações de dosagem e intervalos de segurança para evitar resistência.
- Prevenção: Manter as instalações limpas e realizar o controle preventivo de parasitas são práticas eficazes. A rotação de pastagens também ajuda a reduzir a infestação por parasitas internos.
Conhecer as principais doenças que afetam o gado leiteiro e implementar estratégias de prevenção e tratamento são passos essenciais para manter a saúde do rebanho e a produtividade da fazenda. Práticas como o manejo adequado da alimentação, o controle de parasitas e a vacinação regular são medidas preventivas eficazes. Além disso, o acompanhamento veterinário é fundamental para identificar e tratar problemas precocemente, reduzindo o impacto econômico e garantindo a qualidade do leite.